sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

HPV


O que é o HPV?
    Os HPVs são vírus da família Papillomaviridae, conhecidos com Human Papova vírus. Acometem somente os seres humanos.
    Existem mais de cem tipos diferentes de vírus e podem causar a formação de verrugas na pele, nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais, etc), anal, genital e da uretra.
    Podem causar algumas lesões como as verrugas, tanto as comuns (vulgares), como as genitais (condilomas), que são também conhecidas como “crista de galo “.
    É um vírus transmitido pelo contato sexual que afeta a área genital tanto de homens como de mulheres.
    O HPV é uma família de vírus com mais de 100 tipos. Enquanto alguns deles causam apenas verrugas comuns no corpo, outros infectam a região genital, podendo ocasionar lesões que, se não tratadas, transformam-se em câncer do colo do útero.
    Uma das características desse vírus é que ele pode ficar instalado no corpo por muito tempo sem se manifestar, aparecendo em determinadas situações, como na gravidez, numa fase de estresse, ou quando a defesa do organismo fica abalada. Na maior parte das vezes a infecção pelo HPV não apresenta sintomas.
    A mulher tanto pode sentir uma leve coceira, ter dor durante a relação sexual ou notar um corrimento. O mais comum é ela não perceber qualquer alteração em seu corpo. Geralmente esta infecção não resulta em câncer, mas é comprovado que 99% das mulheres que têm câncer do colo uterino foram antes infectadas por este vírus. No Brasil cerca de 7.000 mulheres morrem anualmente por esse tipo de tumor.
    Em seus estágios iniciais, as doenças causadas pelo HPV podem ser tratadas com sucesso em cerca de 90% dos casos, impedindo que a paciente tenha maiores complicações no futuro.
    Existem mais de 100 tipos de HPVs que são classificados em HPV de alto e de baixo risco, conforme as lesões que eles causam (benignas ou malignas).
    Os de baixo risco são os tipos 6, 11, 26, 42, 44, 54, 70 e 73 e podem provocar o aparecimento de verrugas comuns, condilomas.
    Os de alto risco (que podem evoluir para o câncer de colo uterino) são os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 55, 56, 58, 59, 66 e 68.

Como é contraído?
    A infecção pelo HPV é comum na população sexualmente ativa e pode causar desde neoplasia benigna até maligna.
    Vários fatores podem contribuir para a infecção pelo HPV:
Faixa etária, entre 18 e 28 anos de idade, talvez pelos hábitos sexuais (múltiplos parceiros; não usar métodos de barreira – preservativos; início da atividade sexual precoce)
Contraceptivo oral
Estado civil
Gravidez
Imunidade celular (doenças e medicamentos podem propiciar evolução do HPV)
Transmissão
    A transmissão se dá predominantemente por via sexual, mas existe a possibilidade de transmissão vertical (mãe/feto), de auto-inoculação e de inoculação através de objetos que alberguem o HPV.

Como diagnosticar?
     diagnóstico da infecção pelo HPV é realizado por exame clínico que é o exame físico e os exames complementares que são:
Papanicolaou (preventivo)
    Esse exame detecta as alterações que o vírus pode causar nas células, ele não detecta a presença do vírus. É o exame de rotina para a prevenção do câncer de colo uterino.
    É um exame que realiza um estudo das células descamadas no colo uterino e no conteúdo vaginal. 
Teste de Schiller Exame com o iodo – Lugol
    Schiller negativo (é o exame normal, o iodo corou todo o colo uterino) Schiller positivo (tem que ter atenção, pois indica que o iodo não corou determinada região do colo uterino). Ao usar o iodo, ele vai corar as áreas normais do colo uterino, e a região que não for corada é chamada de área iodo negativa, evidenciando a necessidade de complementação diagnóstica com outros exames.
Exame histopatológico
    É o estudo histopatológico do pequeno fragmento que foi retirado pela biópsia, no momento do exame de colposcopia.
Colposcopia, vulvoscopia, vaginoscopia e peniscopia
    Hoje conhecida como genitoscopia, a colposcopia é um exame realizado por médicos especialistas, com auxílio de um aparelho conhecido como colposcópio, que amplia a visão do médico, com esse recurso o médico localiza as lesões na vulva, vagina, colo do útero e pênis. A colposcopia é de suma importância, pois sem ela várias lesões passariam despercebidas, ou seja, o diagnóstico não seria realizado ainda num momento precoce. O exame Papa Nicolau (preventivo) tem um índice de acerto de aproximadamente 80 % e quando associado a colposcopia esse índice de acerto é superior a 95%.Biópsia
    Consiste na retirada de um pequeno fragmento da área analisada e enviada para análise ( Estudo histopatologico ). É indicada quando se encontra uma lesão suspeita e serve para o correto diagnóstico e também para direcionar o correto tratamento.
Teste de hibridação molecular
    É a técnica mais sensível de detecção do vírus do HPV.
Captura híbrida
    É uma técnica de biologia molecular que associa métodos de hibridação e antígenos monoclonais. Esse método tem alta sensibilidade e especificidade para diagnosticar o DNA do HPV , e também especifica se é HPV do grupo de baixo ou alto risco e qual é a sua carga viral, serve para detectar o DNA de 18 tipos de HPV, divididos entro os dois grupos de HPV,alto e baixo risco. É o único teste aprovado pela Anvisa e FDA
Reação em cadeia de polimerase (PCR)
    Teste de alta sensibilidade que consiste em amplificação do DNA viral, e posterior hibridação.
Hibridação in situ
    A hibridização in situ (HIS) detecta seqüências específicas de DNA ou RNA, utilizando-se sondas complementares de ácidos nucléicos, marcada radioativa ou quimicamente. Sendo possível detectar até uma única cópia viral por célula. As técnicas para identificar os tipos de HPV são exenciais para indicar o prognóstico para o carcinoma de colo uterino.

Tratamentos
    O tratamento consiste em eliminar (ou reduzir) as lesões causadas pelos vírus, e vai depender de fatores como o tipo, a extensão, a localização das lesões e a idade dos pacientes.
Agentes Químicos
Ácido tricoloroacético - Os índices de sucesso ocorrem em até 80% e as taxas de recorrência variam entre 30 e 60%.
5 FU (creme fluoruracila) - A principal complicação do seu uso são as lesões ulceradas nas mucosas, quando usada inadvertidamente ou no auto-tratamento, sendo a dor e sangramento as principais queixas, podendo ocorrer casos de sinéquias na vagina, sendo essas complicações com cura muito demorada e a sua persistência bastante comum.
Podofilotoxina a 0,5% em solução ou 0,15% em creme – Ela é eficaz e bem tolerada. Vários estudos demonstram a sua eficácia.
Imunoterapia
Interferon - O interferon promove a melhora imunológica.
Imiquimod - Agem ativando a imunidade celular e melhoram a apresentação dos antígenos pelas células dendríticas. O seu uso é seguro e produz reações inflamatórias locais, bem toleradas, em 70% dos pacientes.
Cirúrgico
Exérese cirúrgica (bisturi de lâmina e cirurgia de alta freqüência);
Eletrocoagulação;
Crioterapia;
Apresenta índices de cura entre 69% e 79%;
Laserterapia.(Capaz de realizar excisão, eletrocauterização e vaporização) removendo assim as lesões, são procedimentos que podem ser dolorosos, e cuja as recorrências são comuns, em torno de 9 % a 72%.
Vacinas
    Iniciou–se as pesquisas com o intuito de que seus efeitos fossem profiláticos e/ou terapêuticos. As profiláticas evitam que o HPV e as suas complicações ocorram e as terapêuticas induzem regressão das lesões pré-cancerosas e remissão do câncer invasivo.
    Os tipos de vacinas são o quadrivalente de HPV que protege contra o HPV6, HPV11, HPV16, e HPV18 (vírus oncogênicos e os não oncogênicos) e a va­ci­na bi­va­len­tes (HPV 16, 18) do Ins­ti­tu­to Na­cio­nal do Cân­cer (Es­ta­dos Uni­dos) e Ins­ti­tu­to Bu­tan­tan (Bra­sil).
    Em 2006, os centros para o controle de doença e o comitê consultivo da prevenção no Immunization (ACIP) recomendaram uma administração de três doses da vacina quadrivalente de HPV que protege contra o HPV6, HPV11, HPV16, e HPV18 ( vírus oncogenicos e os não oncogenicos ) nas meninas de 11 ou 12 anos de idade, sendo permitido a sua aplicação também em meninas e mulheres de 9 a 26 de idade (JONATHAN L. TEMTE, M.D., PH.D., 2007).
    Não há uma data suficiente para recomendar a vacinação em mulheres entre 19 a 26 anos, a decisão deve se basear no seu provável risco de exposição ao HPV e do seu benefício. O ideal seria a vacina ser administrada antes da potencial exposição ao HPV genital com o intercurso sexual. (Saslow, Debbie et al., 2007).
    O Gardasil protege contra o HPV6, HPV11, HPV16, e HPV18-relacionado a verrugas genitais, incluindo a neoplasia vulvar e vaginal (VIN e VaIN, respectivamente).
    A vacina garante imunidade por cinco anos, tendo eficácia contra quatro tipos de HPV.
    Pelo fato de o HPV ser uma (DST) doença sexualmente transmissível, recomenda-se:
Avaliação do parceiro sexual
Uso do preservativo
Orientações quanto ao potencial oncogênico das lesões
    Possibilidade ocorrerem recidivas. Por essas razões é importante o acompanhamento e seguimento médico após o tratamento (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, 2002).

Dicas
O vírus pode ser eliminado espontaneamente, sem que a pessoa sequer saiba que estava infectada. Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento pode ser clínico (com medicamentos) ou cirúrgico: cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional
Lembre-se que o uso do preservativo é a principal medida de saúde e higiene, não só contra a infecção pelo HPV, mas como prevenção para todas as outras doenças sexualmente transmissíveis
Saiba que o HPV pode ser transmitido na prática de sexo oral
Vida sexual mais livre e multiplicidade de parceiros implicam eventuais riscos que exigem maiores cuidados preventivos
Informe seu parceiro/a se o resultado de seu exame para HPV for positivo. Ambos precisam de tratamento
HPV não contra-indica o parto normal, é indicado quando a lesão for um fator que impeça a passagem do feto
Consulte o seu ginecologista regularmente, faça os exames periódicos e principalmento quando já tiver vida sexual ativa.
    Não se descuide, diagnóstico e tratamento precoce sempre favorem os pacientes. Previna-se antes que o HPV possa te infectar, VACINE–SE!

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